Livros digitais se tornaram tendência nos últimos anos
18 de setembro de 2020O mercado editorial aumentou em 115% seu faturamento com conteúdo digital de 2016 a 2019, chegando ao montante de R$ 103 milhões no ano passado com a venda de 4,7 milhões de unidades, de acordo com a pesquisa “Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro”, conduzida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Nielsen.
No geral, a venda de ebooks foi responsável por 99% desse faturamento e 96% das unidades comercializadas, enquanto os audiolivros e outras plataformas de distribuição digital representam 1% da arrecadação e 4% da venda total. Os valores apresentados na pesquisa já levam em consideração a inflação do período.
Durante esses três anos, o acervo de obras digitais foi encorpado e ganhou mais espaço no mercado editorial. No período, foram 71 mil títulos disponibilizados para compra, apresentando uma alta de 37%. Apenas em 2019 foram lançados 8.900, sendo 92% deles ebooks e 8% audiolivros.
Hoje, o conteúdo digital é responsável por 4% de todos os títulos comercializados no Brasil e, em editoras maiores, chega a representar 7% do total, ainda competindo com os livros físicos.
Quando comparado ao registrado no Censo do Livro Digital de 2016, o volume representa um crescimento de 140%.
O preço médio praticado pelo setor neste período para o ebook foi de R$ 15,50 (com a inflação, o valor chega a ser R$ 27,50). As obras de não ficção eram vendidas, em média, por R$ 10,80, enquanto as de ficção, por R$ 13,50.
Comparação com os livros físicos
Ainda que em menor escala, os ebooks representam um recorte forte de mercado. Acontece que, em relação a eles, apenas as vendas realizadas aos consumidores finais são computadas nas pesquisas.
Quando refere-se aos livros físicos, no entanto, há parcelas importantes de sua receita que são provenientes das vendas de conteúdos didáticos para o governo, que não compra obras digitais.
Mesmo assim, essa categoria vem se recuperando. Em 2019, o faturamento do mercado editorial de impressos cresceu 6%, alcançando R$ 5,7 bilhões e ensaiando uma recuperação no setor. Apesar disso, os níveis de melhora só poderão ser confirmados após a passagem do coronavírus.
Facilidade de leitura
Com o surgimento das produções digitais há uma parcela da população que prefere montar sua biblioteca de uma forma diferente: na palma da mão. Seja em um aparelho próprio para a leitura ou no celular, os ebooks e audiolivros têm conquistado quem busca maiores facilidades no momento da leitura – desde a falta de espaço em casa para guardar os livros impressos ao peso excessivo que eles podem ter na bolsa ou mochila no decorrer do dia.
Com o avanço da tecnologia, esse setor deve aumentar sua proporção em relação ao todo no mercado editorial.
Isso porque, embora antigamente fosse necessário de produtos específicos para uma reprodução de mais agradável ebooks, como um kindle, agora já é possível ler por meio dos smartphones – desde o sistema Android, com os celulares Samsung e Motorola, ao iOS, com o iPhone 11, sem desconfigurar as páginas ou causar danos aos olhos.