Medo do transporte público faz venda de carros usados crescer 10,5% em setembro

Expansão da reabertura gradual impulsiona compra de veículos rodados por dois meses

A retomada gradual dos serviços e trabalho presencial, principalmente nos grandes centros urbanos, é uma tendência já apresentada em outros países e começa a ser vista também no Brasil: o medo de retornar ao transporte público, que muitas vezes apresenta lotação, especialmente nos horários de pico, quando a maior parte das pessoas precisa usá-lo. Esse movimento é recorrente e, para tentar driblá-lo, a população tem buscado outras maneiras de se locomover.

Uma pesquisa recente do C6 Bank aponta que 40% dos brasileiros têm procurado meios alternativos de transporte, sejam bicicletas, motos, carros usados alugados ou comprados e até a adequação a caronas de amigos e parentes. O comportamento fez com que o mercado de vendas de veículos usados registrasse alta nos últimos dois meses.

Em setembro, o crescimento foi de 10,5% em relação ao mês anterior. Se comparado ao mesmo período do ano passado, a categoria registrou alta de 12,2%. No mês, 1,3 milhão de veículos contra 1,2 milhão em agosto. Os modelos com idades entre 9 e 12 anos foram os mais procurados, com 343.878 unidades negociadas. 

Já em agosto a venda de carros usados cresceu 10,6% no comparativo a julho, segundo a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). Em números, foram 1,2 milhão de carros negociados contra 1,1 milhão em julho. A entidade afirma que a alta apresentada foi capaz de superar os índices do mesmo período de 2019 em 17 estados brasileiros.

“É um resultado realmente muito expressivo este que estamos registrando neste ano”, comentou o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos. “A persistir essa evolução e se o setor de zero voltar a abastecer o mercado, prevemos que o setor poderá apresentar um resultado acima de nossas expectativas até o final do ano”, completou o executivo.

Para Ilídio, o corte na taxa de juros Selic também incentiva o mercado de seminovos e usados. “Isso favorece o financiamento do automóvel e também estimula quem está endividado a trocar o carro novo por um mais velhinho – a famosa troca com troco. Muita gente também refinancia o próprio carro para poder abater dívidas”, completa.

Alternativas 
Comprar um carro usado pode parecer tão complexo quanto adquirir um veículo totalmente novo. Contudo, há diversas formas de realizar esse processo. Seja buscando o automóvel em revendedoras, leilões de carros ou com conhecidos, existem leis como o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que protegem os compradores desses produtos de algum débito anterior à negociação.