Participação da Indústria no PIB registra queda de 12%, conforme dados da CNI

7 de junho de 2024 0 Por Redação

O Brasil estabeleceu ações e metas para sua política industrial até 2026, por meio do programa “Nova Indústria Brasil” do Governo Federal. No entanto, indicadores como produtividade e empregos evidenciam a crise que o setor enfrenta. A desindustrialização do país, que vem ocorrendo há décadas, é refletida pela queda da participação da indústria no PIB nacional, de 36% para cerca de 24%.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento da indústria brasileira caiu 2,3% no último ano em comparação ao ano anterior, retornando ao nível de 2017. O emprego no setor também está estagnado, com uma leve queda de 0,1% em 2023 em relação a 2022.

Djanclei Mota, Gerente de Sucesso do Cliente da Cogtive, plataforma de gestão para otimizar o trabalho de equipes de Excelência Operacional e Produção na Manufatura, aponta que a perda de competitividade da indústria brasileira no mercado internacional se deve à queda de produtividade, associada a gargalos no chão de fábrica.

Para reverter essa situação, Mota defende a adoção da excelência operacional. Indústrias que implementaram esse conceito obtiveram resultados positivos, demonstrando sua eficácia.

“A excelência operacional é fundamental na indústria de manufatura, pois visa otimizar todas as operações para alcançar a máxima eficiência, reduzir desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos ou serviços entregues aos clientes”, explica Mota. “Está ligada à busca pela qualidade em todas as etapas do negócio, desde o primeiro contato com o cliente até o pós-venda.”

Empresas como Toyota, Nestlé, Adidas e Procter & Gamble (P&G) são exemplos de corporações que adotaram práticas de excelência operacional, alcançando eficiência na produção e na cadeia de suprimentos, rastreabilidade, qualidade consistente, inovação, redução de custos e altos índices de satisfação do cliente.

Mota enfatiza a urgência de reverter o baixo investimento tecnológico do setor fabril brasileiro, que tem levado a pouca ou quase nenhuma inovação, afetando negativamente o setor. A gestão do chão de fábrica enfrenta dificuldades para encontrar melhorias e oportunidades nos processos.

A transformação digital deve ir além da automação das linhas de produção, incluindo a gestão do chão de fábrica. As ferramentas desenvolvidas pela Cogtive são direcionadas para essa tarefa, fornecendo dados em tempo real e uma visão completa do processo de produção. Isso permite a identificação precisa de gargalos e pontos de ociosidade, auxiliando na tomada de decisões e aumentando a produtividade.

Na Granado, por exemplo, a adoção da solução da Cogtive aumentou o volume de produção em 10% ao ano. A Apsen Farmacêutica reduziu em 46% o tempo de fabricação de seus produtos, enquanto a Ourofino melhorou em 29% a performance média de seus equipamentos.

Diante desses resultados, a Cogtive recebeu um investimento de R$ 10 milhões da Indicator Capital, gestora early-stage de venture capital especializada em Internet das Coisas (IoT), no início de 2024.